Páginas

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Giving UP

De vários lados hoje li frases bem semelhantes ligadas sempre a parar, desânimo, falta de estrutura e poraí vamos. Realmente há uma falta de escolas de agility. Locais para treinar. Não há, creio, cultura ainda para esportes caninos no Brasil. Foto by: Ana Paula Ambrozini

Hoje, ou você tem a estrutura e conhecimento ou tem dinheiro. Meios termos são complicados. Só com uma pesquisa profunda entre os condutores que pararam pra saber os motivos. Isso não pretendo fazer. De qualquer forma há uma manutenção constante dos que estão praticando, cães e condutores. Sai tanta gente quanto chega, diria até que mais gente começa do que termina, numa crescente tão lenta quanto um Fusca subindo serra.

Digo isso porque fiz um levantamento hoje de todas as duplas campeãs brasileiras desde 2006 e o resultado é incrível. Vejam bem, VIII Brasileiro (temporada 2006/2007) . São 13 rankings em disputa, logo no pódio do rankings teríamos 39 duos, mas são apenas 36, três venceram em dois rankings. Desses, 16 não competiram na temporada que está em andamento (2011/2012). Algumas não competem há dois, outras três. Isso falando de dupla, nem cão nem condutor está mais no esporte. É muito.

Se contarmos também cães que não competem mais esse número cresce absurdamente. São 27 duplas que não competiram na última temporada. E pior, quanto menor o grau maior é o nível de desistência ou aposentadoria. Cães novos, condutores novos, maior desistência.

Na temporada seguinte são mais 8 duplas. Isso falando apenas das que chegaram bem ao final de um ranking, que poderiam estar motivadas para a temporada seguinte. Óbvio que temos inúmeros casos de mortes e aposentadorias, algumas precoces. Dados que precisam ser entendidos também. Por que morrem, por que aposentaram?

Agora o inverso.

Querem saber quantas duplas estiveram em algum dos pódios do XII Brasileiro e também no no VIII? Duas. Até vou citar porque são poucas: Sonia com Beatriz 3º lugar no G3Mini do XIIBR e Campeã do G1Mini no VIIIBR. A outra é Aurélio com Cacau, 2º lugar no G3Midi do XIIBR e 3º lugar no G3Midi do VIIIBR. Os Shetlands nasceram respectivamente em 2005 e 2004.

É ou não uma renovação incrível?

Sim há uma rotatividade grande, mas no grau 1 e iniciante. O grau 2 é um depósito de duplas, enquanto que no grau 3 são: 19 duplas que ocuparam as 45 posições, apenas 15 condutores. Na média cada um esteve pelo menos três vezes no pódio nos últimos cinco anos.

Rotatividades de lado, precisamos de mais pessoas escrevendo para que esse seja o meu último post, realmente.

10 comentários:

  1. Esse blogue é mais fácil de ler, tem tema para celular e os comentários são autenticados.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Na verdade o AgilityESP também tem versão light, não sei pq não aparece, tenho que ver.

      Excluir
  2. Como dono de escola, minha opinião!
    Fato: de cada 5 alunos novos que coloco em pista, apenas 2 ou 3 vingam!
    Motivos: gastos (escola + inscrição + viagem). Esse é o principal motivo.
    Outros motivos que percebo a razão pela qual alguns param: muitos iniciam com muita vontade, mas começam a cansar pois acabam comprometendo o fim de semana que poderiam descansar ou passar com a família (isso não tem solução, agilitista sabe que vai abdicar alguns fins de semana para praticar, faz parte do esporte). Outro motivo: desorganização em algumas etapas. Em Itú a dois anos atrás quando os Iniciantes não puderam competir e foram empurrados para o domingo, perdi 4 aluos que nunca mais praticaram.
    Então na minha opinião os principais motivos: financeiro, cansam de comprometer o fim de semana (digo que o bicho do Agility não mordeu) e desorganização em alguns eventos.

    ResponderExcluir
  3. Ai, muitos numeros, me perdi! hahaha!
    Aqui é marromenos igual ao Marco, um pouco pior talvez. De cada 5, apenas 1 continua e, desse 1, 0,3 se interessa em competir... Muitos fazem agility só para brincar com seus cães ou fizeram uma turma animada de alunos e se unem nas aulas para conversar, manter a amizade e praticar um esporte com seus cães...
    Faz parte...
    Mas acho que muito da desistencia é devido realmente que é um esporte caro, que assistir o futebol na tv de casa é mais comodo, que sair no frio, numa noite de terça em curitiba, nao é atrativo, e que é um esporte que demora um pouco para vermos resultados.

    ResponderExcluir
  4. Acredito que seja normal haver mais desistências nos iniciantes e G1. Porque iniciante é aquela coisa que está tomando um primeiro contato com o esporte, então, pode ser que ainda não exista aquele comprometimento...
    No G1, eu já não sei o porque do alto número de baixas.
    Além dos gastos financeiros e de tempo no fim de semana, pode ser muito frustrante não conseguir terminar uma pista. Você gasta uma grana com treino, viagem, hospedagem, etc...chega lá, elimina no terceiro salto e sai da pista. Complicado...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Então, vou me aprofundar nesses números Dani, pra ver o que exatamente acontece, só joguei os números ai no post. O caso é que estamos falando APENAS dos campeões. Logo são pessoas que foram bem, saca? Nem tocamos nos que ficaram nas últimas posições.

      Excluir
    2. Ah tá...então, por exemplo, o Cookie foi campeão do Paulista, aí, vai pro G1 e começa a se dar muito mal...etc...e desiste...

      Excluir
  5. Muito bem lembrado pelo Daniel! E ai voltamos ao velho dilema de não poder terminar as pistas quando eliminado! Vai que você viaja mais de 200, 300, 400Km para competir, aí dá um azar e elimina no salto 2 (já aconteceu comigo)...é frustrante e desanima!
    Se paga inscrição, deveria ter direito a terminar a pistas. Todos em todos os Graus, é uma questão de organização!

    ResponderExcluir
  6. Na minha opinião, vários motivos afastam as pessoas do Agility: falta de MUITAS escolas para facilitar a locomoção para treinar, falta de ser mordido pelo "bicho do agility" e pela falta de compreensão das pessoas que convivem com os praticantes. Se eles faltassem a um evento familiar por estarem competindo num jogo de volley, futebol ou natação, tudo bem. Mas como faltar para "brincar" com seu cão? O não ver o Agility como ESPORTE também faz com que muitos não levem as competições a sério.
    Quanto mais espaço (seja escola ou espaço de treino) tiver, mais adeptos teremos e mais competidores em potencial teremos.

    ResponderExcluir
  7. E voltamos à velha situação do "terminar a pista". Eu ia escrever aqui, mas foi uma coisa, foi outra, e acabei esquecendo.

    No MEU caso (ô, umbigo!) está sendo isso TAMBÉM. O início era tudo muito "fácil", muito legal. Eu entrava em pista com minhas SRDs e independente da M que eu fizesse no meio do caminho eu poderia terminar a pista com elas. Eu poderia testar minhas "manobras", ver se o que treinei ali se aplicaria e até com mais calma (???), visto que estaria eliminada. Enfim, o meu ponto é que você P da vida porque foi eliminado ou não, o tempo que você levou para se deslocar até o local da prova e reconhecer o percurso foi válido. Arrisco a dizer que se pudéssemos TODOS terminar a pista, a irritação e a frustração na hora de uma eliminação seriam menores.

    Imagina... Já é um esporte CARO. E, ainda por cima, você paga para quando chegar na hora, se cometer um erro, sai fora. Qual o incentivo??

    E, lógico, ainda tem as outras questões... Escolas perto. Aqui eu não consigo convencer uma pessoa em Ipanema a praticar agility na Brigada Veneno. Ainda mais com a praia ali do lado! No máximo, Lagoa. E como brincadeira mesmo. Aonde possam completar as pistas! Quando você falar para uma pessoa que a partir de determinado grau ela não pode terminar... Na hora vem: "Ah, aí eu páro!".

    Deixar a família um findi para "brincar" com o cão? Me chamam de louca. Mas... Também não tenho mais família da forma tradicional que colocam aqui... Então isso pra mim é trank.

    ResponderExcluir